PROMESSAS! PROMESSAS! PROMESSAS!
SAÚDE – Hospital do Recanto das Emas começa a ser construído em dois meses
(22/06/2007 - 11:57)
Foto: Roberto Rodrigues
O governador José Roberto Arruda acaba de lançar a pedra fundamental do Hospital do Recanto das Emas. A ordem de serviço, assinada há pouco, autoriza o início do processo de licitação para construção da unidade de saúde. Orçada em R$ 102 milhões, a obra deve iniciada em 60 dias e concluída no prazo de dois anos. Serão 384 leitos, sendo que 44 destinados à Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Durante a solenidade de assinatura, no Governo nas Cidades, Arruda pediu ao secretário de Saúde, José Geraldo Maciel, que adote o projeto do Hospital de Santa Maria para atender de forma semelhante aos moradores do Recanto. “Dentre as obras que estamos lançando hoje (22), essa é a mais importante”, avaliou. “O Estado tem a obrigação de construir este hospital e o de Santa Maria, principalmente, para desafogar o hospital do Gama”, concluiu o governador.
Com a construção do hospital, a população do Recanto das Emas terá acesso facilitado a médicos especialistas em pediatria, ginecologia, obstetrícia, nutrição, serviço social, clínica-geral, cirurgia-geral e oftalmologia, além de tratamento odontológico. “Não vou precisar ir pra outra cidade para ser atendida”, comemorou a moradora da cidade, Maria Aparecida, 20 anos. “Meu pai sofre de pressão alta e sempre vai pro Gama para ser atendido. Nossa vida vai ficar bem mais fácil”.
O governador Arruda ressaltou ainda que os investimentos anunciados para o Recanto das Emas só foram viáveis graças à redução de despesas feita pelo GDF desde o início do ano. "Nós estamos tirando dinheiro da economia que a gente fez. Por isso, fechamos o ICS, diminuímos 20 secretarias, devolvemos os prédios e carros alugados".
Andressa Lanzellotti – Agência de Comunicação
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Construção de Hospital do Recanto das Emas não sai do papel
Enquanto isso, para conseguir atendimento médico, moradores precisam enfrentar longas filas no Centro de Saúde 24 horas, onde um homem morreu enquanto esperava atendimento na última terça-feira (17).
O único remédio para os pacientes do Recanto das Emas é ter paciência para enfrentar a fila. Na noite dessa quarta-feira (18), só um clínico geral e um pediatra atendiam no Centro de Saúde 24 horas da região.
“Sempre tem fila. Tem que ter disponibilidade de tempo para ficar esperando”, relata o motorista Gilson da Silva.
Ontem, o Bom Dia DF mostrou o drama do porteiro Sérgio Ricardo Santos. Com a ajuda de outros pacientes, ele foi carregado desacordado para dentro do posto. Na hora, não havia nenhum clínico geral.
Minutos depois, Sérgio morreu. Familiares afirmam que houve demora no atendimento. Os pacientes ficaram irritados e, por segurança, a Polícia Militar precisou ser chamada.
“Nós precisamos de hospital e de médico. Não adianta um hospital sem médico”, reclama a dona-de-casa Fátima de Oliveira.
A área para a construção do hospital público da cidade existe. Fica em um terreno descampado, perto do Restaurante Comunitário, entre as quadras 206 e 300.
Quando a pedra fundamental do hospital foi colocada no local, há três anos, a previsão era de que tudo estaria pronto em agosto de 2009. A obra custaria R$ 102 milhões.
A população do Recanto das Emas teria um hospital perto de casa com 384 leitos. Mas, até hoje, só a pedra fundamental foi construída. E mesmo ela já dá sinais de que não está resistindo ao tempo.
Em julho de 2009, nossa equipe denunciou o atraso da construção. Na época, a promessa da Secretaria de Saúde era de, pelo menos, concluir a licitação da obra antes que o ano acabasse.
A previsão agora é de que a escolha da empresa que vai levantar o hospital seja feita até o fim de outubro.
Quase um ano depois, enquanto o hospital não sai do papel, o feirante Francisco Rodrigues de Souza, que mora em frente à área escolhida para a construção, ainda tem que buscar atendimento médico bem longe de casa.
“Quando a gente precisa de atendimento, tem que sair correndo daqui para a Samambaia ou para Taguatinga”, lamenta.
Bernardo Menezes / Edson Cordeiro
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25 de Agosto de 2010
Recanto das Emas: 145 mil habitantes e nenhum hospital
Com mais de 140 mil habitantes, o Recanto das Emas não tem hospital público e os dois postos de saúde da cidade são alvos de muitas reclamações. Uma UPA pronta poderia estar sendo usada.
O dia estava amanhecendo quando a dona-de-casa Hermínia Marques saiu de casa, no Recanto das Emas. Ela percorre 2,5 km a pé até o posto de saúde mais próximo. “Esta é a quarta vez que estou tentando mostrar o exame para o médico. Não sei se consigo”, desabafa.
Na fila, muitos pacientes têm a mesma expectativa. “Se não vier às 4h, 4h30 da manhã, não consegue atendimento”, afirma a dona-de-casa Maria Alci. Mas as senhas só são distribuídas às 9h30.
“O atendimento não é garantido, a gente tem que esperar”, fala a dona-de-casa Marilene da Mata Oliveira. “Cheguei às 3h30 da manhã e o atendimento só vai começar às 9h30”, conta a recicladora Elzi Honório de Souza.
Além da dificuldade para conseguir uma senha, faltam médicos para a emergência e o posto 24 horas não atende à noite. “É difícil atender 24 horas, só tem a placa mesmo”, reconhece o vigia Francisco Filho. A dona- de-casa Vicência Damaceno voltou para casa com fortes dores nas pernas. “Não tem médico para consultar. Não existe emergência aqui”, destaca.
A doméstica Auxiliadora Rodrigues de Souza diz que só conseguiu ser atendida depois que pagou pelos exames. Agora, ela vai tentar marcar uma consulta para avaliação. “Eu tive que fazer tudo particular. Foram R$ 310 só de exame porque o posto não faz”, conta.
Ana Lúcia Silva, que está desempregada, ficou revoltada com a falta de atendimento. “Eu preciso fazer endoscopia. Disseram aqui que só poderão fazer em 2014. Vou ter que esperar. Particular é R$ 150 reais, e não tenho condições”, desabafa.
A saúde é uma das principais reclamações dos moradores do Recanto das Emas. A cidade não tem hospital e, neste ano, 58 mil eleitores vão às urnas, alguns com desconfiança. “Eu estou muito desgostosa. Só prometem as coisas e não fazem nada”, fala Maria Alci. “Eu acho um horror eles prometerem coisas que não vão cumprir”, acredita a chefe de cozinha Cidália Araújo.
Outros vão votar com esperanças. “Eu quero ver se agora eu voto certo, quero uma opção melhor. Votar e lembrar para cobrar”, ressalta a catadora Elzi. “Tem que cobrar deles, para fazer o que eles prometeram”, complementa o vigia Francisco.
O Recanto das Emas acaba de completar 17 anos. Apesar da pouca idade, a cidade tem 145 mil habitantes e apenas dois postos de saúde que, no ano passado, atenderam 169 mil pessoas.
Uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) foi construída para reforçar a assistência à saúde na cidade, mas, até agora, não foi inaugurada e o abandono toma conta do prédio. O mato está alto e os animais ocupam a área como pasto. Enquanto isso, a população sofre nos postos.
A dona-de-casa Maria das Dores Leite de Souza espera há seis anos para fazer cirurgia de catarata. Ela quase não enxerga mais. “Estou praticamente cega e, até agora, não consegui. Estou lutando para ver se consigo a cirurgia”, diz.
Depois de cinco horas de espera, Hermínia, a dona-de-casa que chegou ao posto antes das 6h, vai embora sem atendimento. “A eleição está se aproximando, está na hora de a gente pensar direito em que votar. Porque, se for para ficar como está, não dá certo”, opina.
Reportagem: Flávia Marsola
Imagens: Rafael Sobrinho
Produção: Stephanie Alves